O 1º Desafio, a Análise

O conceito de triple bottom line, que indiretamente é abordado, apresenta as três principais dimensões para o desenvolvimento sustentável, são elas:  econômica, social e ambiental.

O SOMOS+ afirma-se ser um think Tank dos São-Tomenses e para os São- Tomenses, a revelia do que muitos já fazem nas redes sociais. O projeto ressalta pela maquinação palpável das caixas-cérebros que detém a realidade dos dois mundos, o País e o seu redor.

Partiremos do princípio, o Projeto expande-se pelas redes sociais, numa estrutura formada dentro e sobretudo fora das redes sociais / internet. Sim, fora das redes sociais, através da existência de pessoas que também vão além das organizações onde adquiriram conhecimento a partilhar. Estas conectam-se pelos interesses e por valores comuns com um objetivo, o de “Criar uma rede de talentos capazes de apoiar o sector público, privado e sociedade civil na elaboração de soluções políticas e mudanças de comportamentos necessárias ao desenvolvimento sustentável do país” (Manifesto, SOMOS+,2021).

Kwame Sousa

O expectável é que o SOMOS+ vá à rede social além do uso habitual e de lugares onde normalmente são pensados, tais como, o Facebook, o Twitter, o Instagram, entre outros. Falemos do conceito rede social como um local onde pode ser utilizado para interações humanas, entre indivíduos, grupos, organizações, ou quem sabe, de uma sociedade inteira. E porque não a sociedade São-Tomense?

Deixando o desafio coletivo, para o individual. Na apresentação para além do que os colaboradores pretendem reivindicar, declaram vir a contribuir para uma mudança necessária para o desenvolvimento socioeconómico e político de São Tomé e Príncipe. Neste sentido, é oportuno aclamar a sustentabilidade como ela é atualmente incorporada ao modo ao qual analisamos o Território e planeamos às nossas cidades. A sustentabilidade deixou de ser objeto argumentativo e passou a ser uma realidade que se objetiva alcançar, parte do paradigma das sociedades de hoje e do futuro. Para tal, é necessário rever o modo que nos apropriamos do território e produzimos atividades sobre ele, analisando seus efeitos posteriores. A criação de estruturas e métodos de resiliência encaixa-se nesta corrente e preconiza a utilização desde inovações tecnológicas de baixo impacto ambiental até as soluções naturais mais simples para uma utilização mais sustentável dos territórios, visando a qualidade de vida das pessoas.

O trabalho aplicado a este conceito objetiva propor uma estrutura resiliente de um país / de uma sociedade através da implantação de infraestruturas ou de políticas adequadas a sua realidade, baseando-se na investigação e análise das componentes biofísicas, sociais e econômicas locais; atribuindo assim a Estrutura de referência, para obtenção de um modelo de ocupação que evidencie o potencial da nossa natureza, da nossa sociedade, da nossa economia, da nossa  política e da nossa cultura, tratando-se da matéria do Ordenamento do Território.

Nesses últimos parágrafos é notório que me debruço sobre a semelhança do que o SOMOS+ contribuirá para São Tomé e o que também posso contribuir no projeto. Na leitura da missão e dos valores observo longo trabalho, onde refletirá sobre aspetos, que relacionados, são capazes de garantir a sustentabilidade. O conceito de triple bottom line, que indiretamente é abordado, apresenta as três principais dimensões para o desenvolvimento sustentável, são elas:  econômica, social e ambiental. Segundo esse conceito, a sustentabilidade é reconhecida apenas quando há o equilíbrio entre esses três pilares.

No que concerne ao trabalho a aplicar serão assíduos conceitos e metodologias adquiridas no meio académico/laboral, articulando com a abordagem contextual e bibliográfica que servirá de apoio a estruturação de modo a clarificar conceitos e procedimentos.

Numa análise rápida o que observamos em São Tomé e Príncipe é a sua complexidade urbana originada pela informalidade dos assentos no seu território, fruto de fenómenos urbanos como o êxodo rural e o rápido crescimento demográfico atrelado a sua característica territorial. No entanto, atualmente o país concebe normativas que visam a proteção do meio ambiente no âmbito territorial em domínio específico à proteção das características territoriais baseadas em exigências mundiais, mas não produzem aplicabilidade nas políticas e medidas internas face as necessidades socioeconómicas do país.

Explanando a sustentabilidade como a realidade que pretendemos atingir, o país é rico em fauna e flora, mas tem vindo a crescer em termos populacionais, com muitas áreas fragmentadas com descontinuidade urbana. Assim sendo, o objetivo de qualquer instrumento territorial ou de medidas que surgem da gestão territorial deve ter como dominância o desenho do tecido urbano que respeite o modo de vida da população e a sua cultura, justificado por uma estratégia de intervenção relacionada com a sua preexistência definida através de cinco linhas de orientação no espectro da cidade: zona cultural, zona educacional, zona habitacional, zona de trabalho, zona comercial, e zona destinada à saúde, mantendo a preservação de espaços verdes…

Em conclusão, o desenvolvimento sustentável do nosso país deve agregar a conceção urbanística da cidade com correspondência socio-espaciais que ajuste a realidade do país e as necessidades do mesmo.

O SOMOS+ é o think Tank que poderá almejar o indicado.