Preço dos Dados Móveis / A Estratégia

Citação:
(s.d.), “Postal fotográfico com pormenor da Estação do Cabo Submarino em São Tomé e Príncipe“, Fundação Mário Soares / Ana, Luís e Pedro Nogueira de Lemos.

Foi notícia que São Tomé e Príncipe ocupa o penúltimo lugar no ranking dos países africanos com dados móveis mais caros. Só por si, a notícia deve merecer total atenção e deveria, também, promover um amplo debate sobre a democratização do acesso a internet nas Ilhas, sobre a estratégia nacional para as telecomunicações e sobre o nível de posicionamento competitivo do País num mundo inexoravelmente interconectado.

Independentemente de devermos pôr em causa a consistência e o rigor da fonte que sustenta a notícia, como faz, e bem, um leitor em comentário, remetendo para os tarifários das 2 operadoras nacionais, CST e UNITEL, estamos obrigados a questionar a ausência de reacção institucional esclarecedora por parte destas operadoras e, também, por parte da AGER e do INIC. Mais sentido faria se a reacção fosse conjunta, tendo em consideração o valor estratégico do que está em causa.

Nesta altura, dentre outras questões decorrentes desta notícia, relativa aos custos dos dados móveis, o País tinha de estar a debater, em espaço público, por exemplo, sobre o impacto financeiro para a Cidadania (utentes) e para o Estado (provedor de serviços) da implementação da Estratégia Nacional para Governação Digital, recentemente aprovada, bem como a reflectir sobre uma visão para o posicionamento País face a emergência de novas formas, micro, de atracção de investimento, de capital humano criativo e de residência de competências, preparando-o para competir, em todos factores, incluindo preços, com destinos / países mais avançados, que nos são próximos e similares.

Neste exacto momento, estamos centrados, macro e gigantescamente, no Novo Código das Actividades Francas e Offshore, que merecerá, seguramente, a nossa análise.