A Positividade de Ser. Já Somos, Precisamos Estar – do Modo que Melhor Justifique a Nossa Existência.

Hélio Bandeira

Temos que ter em conta que um Think tank tem portas abertas, mas não é necessariamente um espaço aberto. Pode ser visualizado, consultado, mas não será aberto se a capacidade de percepção da mensagem, interacção e a forma como é proposta não for ao encontro das expectativas.

A condição genérica de ser, apesar da sua imponência, não nos basta; sobretudo, diante dos desafios que o país nos apresenta, e o próprio ambiente adicto onde se pretende insurgir de um modo mais ousado e previdente. A consecução dos objectivos prioritários para o país, que temos vindo a estabelecer, tem-se revelado inexequível perante as barreiras que se nos impõem e que nos impomos.

Para tal efectivação, é preciso sermos mais positivos, funcionalmente. Esta positividade funcional é o elemento “core” dum Think tank que congrega valores, conhecimentos e competências, e deve ser o predicado da existência dos nossos valores internos – ousado seria dizer nacionais – e as nossas ambições. A veiculação da mensagem inicial contará, sem dúvida, com a transversalidade de um público “segregado”. Descortinando a contradição, diria que, inicialmente, o alvo principal será um subgrupo mais esclarecido e esclarecedor, consciente e presente em todas as camadas da sociedade, dispensando todo o folclore propagandista que tem sido moda ultimamente.

Somos+ propõe-se ser essa positividade. Ora bem, como? Estabelecendo o corte com certas práticas e mentalidades caducas e auto-regenerando desta depressão colectiva a que temos vindo a estar sujeitos, de modo que possamos interagir, analisar com transparência e imparcialidade, orientarmo-nos de forma estruturada e providenciarmos soluções rápidas e eficientes.

 “Mais que manter (a nossa posição, liberdade), urge a redefinição das nossas condições e dos nossos valores, conscientes e assentes naquilo que pretendemos de forma genuína, preservando a nossa soberania e “crioulidade”, atentos aos desafios e aos empecilhos”.

A mobilização colectiva é, de certo modo, um processo evangélico assente numa manifestação de intensão, cuja doutrina única é esperança. Estamos numa nova era – da quebra de confiança, do cepticismo; logo, parte de uma mensagem, quando é genérica, pode ser perdida e consequentemente o esforço nela investido. Nesse sentido, precisamos Ser+ (positivos) e ter um Think tank – um repositório e broadcaster de ideias e provedor de acções efectivas, um projecto mais ousado e que não seja confundido nem tido como réplica de estruturas que ultimamente têm-se engajado na propalação e propagação de metáforas e eufemismos que não vão além do trending com livre trânsito nos “Social Networks”. Ao debate público e profundo necessário, eu, com atrevimento, acrescentar-lhe-ia um espaço adequado, mais arrojado, mais urbano e hospitaleiro onde as reflexões mais prudentes possam ser discutidas e ter a sua sequência prática – precisamos disso, um Think tank também faz isso.

«Nós assumimos a responsabilidade e passamos a acção de criar SOMOS+, um Think tank concebido para ser um espaço alternativo de reflexão, de debate, de produção e, sobretudo, de reencontro entre Santomenses que comungam da defesa dos princípios constitucionais de liberdade, de igualdade e que sonham com um modelo de desenvolvimento socioeconómico sustentável para São Tomé e Príncipe.»              

Em boa verdade, a nossa mensagem tem sido muito dirigida de nós para nós, uma narrativa muito interna, que se abre pouco. Temos que ter em conta que um Think tank tem portas abertas, mas não é necessariamente um espaço aberto. Pode ser visualizado, consultado, mas não será aberto se a capacidade de percepção da mensagem, interacção e a forma como é proposta não for ao encontro das expectativas. As posições e os posicionamentos dos Thinktanker, tal como a mensagem do manifesto, sem dúvida que cativam a simpatia inicial, a confiança e disponibilidade para colaborar no projecto sobre as regras pré-definidas e augurar a merecida prosperidade.

Quando falamos de STeP, tudo o que se pretende fazer é um desafio, até as respostas às questões básicas, pois que sem elas, as respostas, não se estará a remar contra ondas certas.

A nossa capacidade é fruto da consciência, e é manifestada nas nossas narrativas. Ela só será maximizada quando formos capazes de encontrar os melhores mecanismos de censura – quando o juiz também é o réu. É preciso estarmos atentos para que a expressão das nossas ambições não colida com a missão.

É preciso sermos+ mais positivos!